Conhece-te a ti mesmo

24 de set. de 2017

ÁRVORE DA VIDA

Símbolo da criação, fecundidade e imortalidade, ela representa a ligação entre céu, terra e submundo. A Árvore da Vida era vista como a mãe primordial, um elemento feminino que gerava e distribuía a vida e tinha ainda o dom de atribuir a palavra. 
Axis Mundi por Leo Plaw 
 
O mito universal da Árvore da Vida, também chamada de Árvore do Mundo ou Eixo do Mundo (Axis Mundi), está relacionado com a gênese do Universo, da Humanidade e do Conhecimento. A sua simbologia está também ligada ao sacrifício e à cruz em grande parte das mitologias religiosas de vários povos do mundo, como os Maias, os Nórdicos ou os Hindus. 
 
A Árvore da Vida dos assírios é a mais conhecida entre todas as árvores sagradas e está associada à Ishtar, deusa da fertilidade e da destruição. E é da mitologia desse povo da Mesopotâmia que surge a Árvore da Vida dos babilônios, dos egípcios, dos hebreus e dos islâmicos. É dela que evolui também a Árvore do Paraíso que consta na Bíblia, também conhecida como Árvore do Gênesis – a versão cristã.
 
Na Idade Média europeia, a Árvore da Vida estava ligada ao mito do paraíso eterno, uma visão partilhada pela tradição de todos os povos indo-europeus e que veio a ser representada nas tradições de toda a Europa como a Árvore das Fadas da tradição celta ou a macieira de Avalon. Nas mitologias clássicas grega e romana abundam as representações de mulheres divinas e deusas transformadas em árvores.
 
Toda a sabedoria da Qabalah está resumida em um diagrama conhecido como Árvore da Vida – um mapa ou esquema para todos os níveis de experiências, que abrange o mundo exterior, interior e a relação entre ambos.
 
São 32 os Caminhos de Inteligências - basicamente 10 Estações (as esferas) e 22 Caminhos de Ligação entre elas. 
 
 
A Qabalah Hermética é um grande corpo filosófico e psicológico, de caráter teórico e prático, com um vasto complexo de simbolismos alquímico-astrológicos.
 
Diferente dos estudos judaicos, os Qabalistas Herméticos sincretizaram o trabalho de vários estudiosos, principalmente Eliphas Lévi e John Dee, com simbolismos alquímicos e astrológicos, arithmologia e tarô, mitologias Grega e Egípcia, além de alguns conceitos tais como Taoístas, Hinduístas e Budistas.
 
O simbolismo dos Caminhos de ligação entre as esferas é triplo. Cada um tem atribuído a si: Uma letra do alfabeto (22); Uma correspondência astrológica; Um Trunfo do Tarô.

©Lília Palmeira – 2016/2017
Um resumo do estudo sobre a Qabalah Hermética e a correlação com o Tarô poderá ser visto em uma publicação de autoria de Cláudio Carvalho & Lília Palmeira a ser lançada em breve.
 

5 de set. de 2017

I Ching – Hexagrama 49: KO - Revolução


Imagem de Adele Aldridge

O hexagrama indica que, embora a preparação para a revolução ocorra num plano inconsciente, ou seja, longe da nossa vontade propriamente dita, o seu início requer um passo consciente. É preciso fazer algo de concreto para permitir que mudanças aconteçam, como, por exemplo, deixar de lado um hábito que tem origem no medo.
Como resultado do nosso aperfeiçoamento, ocorre uma revolução no relacionamento com os outros. Com tolerância e dedicação ao nosso caminho, nos envolvemos intensamente no processo de revolução e crescimento.

Transformação é a tônica.

Se um caminho de mudanças acaba de se abrir à sua frente. Siga-o.

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REVOLUÇÃO

O termo que designa este hexagrama tinha originalmente o sentido do pêlo de um animal, que muda no decorrer do ano. Seu significado foi então ampliado de modo a abranger as mudanças na vida política, as grandes revoluções ligadas à troca de governo.
Os dois trigramas que compõem este hexagrama são os mesmos do hexagrama K’uei, OPOSIÇÃO (38), as duas filhas menores, Li e Tui. Lá, porém, a mais velha das duas se encontrava acima, o que, basicamente, causava apenas um antagonismo de tendências. Aqui, a mais moça está acima e as influências se opõem, as forças se combatem como fogo e água (lago), cada qual tentando destruir a outra. Por isso a idéia de revolução.

JULGAMENTO

REVOLUÇÃO. Em seu dia próprio,
você verá que lhe darão crédito.
Supremo sucesso, propiciado pela perseverança.
O arrependimento desaparece.

Revoluções na vida política são extremamente graves. Deve-se recorrer a elas apenas em casos extremos, quando já não há mais nenhuma outra saída. Nem todos estão aptos a empreendê-la; somente aquele que goza da confiança do povo, e mesmo este apenas quando o faz no momento adequado. Ele deve então proceder da maneira correta, procurando dar alegria ao povo e orientando-o de modo a evitar excessos. Além disso é preciso estar isento de qualquer proposta egoísta, procurando verdadeiramente aliviar o sofrimento das massas. Só assim ele estará livre de motivos para arrependimento.
Os tempos mudam e, com eles, as exigências. Assim também passam as estações no decorrer do ano. O mesmo ocorre em termos de ciclos cósmicos, com a primavera e o outono na vida das pessoas e das nações impondo transformações sociais.

IMAGEM

Fogo no lago: a imagem da REVOLUÇÃO.
O homem superior organiza o calendário
e marca com clareza o período das estações.

O fogo abaixo e o lago acima combatem e destroem um ao outro. Assim também no decorrer do ano uma luta se realiza entre as forças da luz e da escuridão, resultando na mudança das estações. O homem pode chegar a exercer um domínio sobre essas mudanças na natureza quando, percebendo sua regularidade, divide o fluxo ininterrupto do tempo em períodos correspondentes. Deste modo, ordem e clareza surgem em meio à mudança aparentemente caótica das estações. Com isso, ele pode ajustar-se com antecipação às exigências das diferentes épocas.

LINHAS

Nove na primeira posição significa:
Envolvido em pele de vaca amarela.

Mudanças devem ser realizadas somente quando já não resta qualquer outro recurso. Por isso é necessário uma extrema reserva ao início. Deve-se procurar manter a firmeza interior e a moderação (o amarelo é a cor do meio e a vaca, o símbolo da docilidade), evitando, por hora, tomar iniciativas, uma vez que qualquer ofensiva prematura terá más conseqüências.

Seis na segunda posição significa:
Quando chega o momento adequado, pode-se fazer a revolução.
Partir traz boa fortuna. Nenhuma culpa.

Quando se empregam todos os recursos na tentativa de realizar reformas e não se tem êxito, a revolução torna-se necessária. Porém, uma mudança tão radical exige cuidadosa preparação. É preciso que haja um homem com as qualidades necessárias e que conte com a confiança do povo. A ele então se pode recorrer. Isso traz boa fortuna, não sendo, pois, um erro. A primeira coisa a se considerar aqui é a atitude que se vai tomar em relação às novas condições que inevitavelmente surgirão. É preciso como que ir a seu encontro. Só assim se pode preparar seu advento.

Nove na terceira posição significa:
Partir traz infortúnio. A perseverança traz perigo.
Depois de ouvir se repetir por três vezes o clamor da revolução
ele pode aderir, pois lhe darão crédito.

Quando a mudança se torna necessária, há dois erros que se devem evitar. O primeiro consiste na pressa excessiva e desconsideração. Isso traz infortúnio. O segundo erro consiste em demasiada hesitação e conservadorismo, que são igualmente perigosos. Não se deve dar ouvidos a todo e qualquer apelo de mudança das condições existentes. Mas também não se devem ignorar queixas repetidas e bem fundamentadas. Após se ouvir por três vezes apelos para que sejam realizadas mudanças e se refletir o suficiente, pode-se então dar crédito às reivindicações, e atendê-las. Assim se conquistará a confiança de todos e se poderá alcançar o que se busca.

Nove na quarta posição significa:
O arrependimento desaparece. As pessoas confiam nele.
Mudar a forma de governo traz boa fortuna.

As mudanças radicais exigem uma autoridade adequada. Para tanto, um homem deve aliar uma grande força interior a uma posição influente. Seus atos devem corresponder a uma verdade superior, não se originando em motivos arbitrários ou mesquinhos. Então virá a boa fortuna. Se uma revolução não se baseia numa verdade interior, será sempre nociva e não terá êxito. Pois ao final os homens apóiam apenas as iniciativas que instintivamente percebem serem justas.

Nove na quinta posição significa:
O grande homem muda como um tigre.
Mesmo antes de consultar o oráculo
ele encontra a confiança do povo.

A pele do tigre com suas nítidas riscas negras ressaltando sobre o fundo amarelo forma um padrão que se reconhece à distância. O mesmo ocorre com a revolução empreendida por um grande homem; surgem grandes e claras linhas de orientação que todos podem compreender. Assim sendo, ele não necessita consultar o oráculo, uma vez que o povo o apóia espontaneamente.

Seis na sexta posição significa:
O homem superior muda como uma pantera.
O homem inferior muda na face.
Partir traz infortúnio.
Permanecer perseverante traz boa fortuna.

Depois de resolvidos os grandes problemas básicos, são necessárias ainda certas modificações em detalhes e em precisão. Essas reformas podem ser comparadas com as manchas igualmente nítidas, porém menores, da pele da pantera. Como conseqüência, ocorre uma mudança entre os homens inferiores, que também procuram adequar-se à nova ordem. Essa mudança não é, na verdade, profunda, mas não se deveria esperar outra coisa. O homem deve conformar-se com o possível. Se se quisesse ir mais longe, buscando objetivos demasiado elevados, provocaria inquietude e infortúnio. Pois o que se deve aspirar de uma grande revolução são condições claras e seguras que garantam uma tranqüilidade para todos, de acordo com as possibilidades do momento.


Fonte: I Ching, o Livro das Mutações – Richard Wilhelm 

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